Um grupo de índios isolados, provavelmente falantes de línguas da família Pano, que vivem em terras indígenas no Paralelo 10°S e suas imediações, voltaram a ser fotografados, entre os dias 9 e 11 de julho, durante voo organizado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Governo do Acre. (Fotos abaixo)
Os índios isolados ocupam três conjuntos de malocas, situados nas cabeceiras do rio Humaitá, no alto Riozinho e no alto igarapé Xinane. Dois desses povos têm presença permanente constatada em território brasileiro há décadas, enquanto o terceiro se assentou há menos de dois anos no alto Xinane, oriundos do lado peruano da fronteira. Um quarto povo, os Mashco-Piro, passa apenas uma temporada em território brasileiro, nos rios Envira, Iaco e Chandless (os últimos dois afluentes do rio Purus).
As fotos dos índios isolados nas mídias nacional e internacional, após voo realizado em abril, alertaram sobre a necessidade de ações continuadas para a proteção desses povos e de seus territórios. Esse é o principal objetivo de um componente do Termo de Cooperação Técnica assinado em outubro de 2008 entre a presidência da Funai e o governo do Acre.
Existem no Estado quatro terras indígenas (Kampa e Isolados do Rio Envira, Riozinho do Alto Envira e Alto Tarauacá), com extensão de 636,3 mil hectares, destinadas à proteção de três povos isolados. Também situadas na fronteira com o Peru, outras seis terras indígenas e o Parque Estadual Chandless constituem territórios utilizados pelos isolados em seus deslocamentos e em suas atividades de coleta, caça e pesca.
As dez terras e o parque têm extensão agregada de pouco mais de 2 milhões de hectares, integrando um mosaico contínuo de 28 terras indígenas e 15 unidades de conservação (de uso sustentável e proteção integral), de 7,7 milhões de hectares, que ocupa 46% da superfície total do Acre.
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