quarta-feira, 9 de setembro de 2009

População indígena dobra no país, mostra IBGE

A população indígena brasileira deu um salto nos últimos anos e mais que duplicou entre 1991 e 2000. Com uma taxa de crescimento de 10,8% ao ano, os indígenas passaram de 294 mil para 734 mil, representando 0,4% dos brasileiros, segundo pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além de melhorias na área de saúde, resistência a infecções e o engajamento em instituições de defesa dos próprios direitos, o estudo aponta que a explosão do contingente está relacionada à mudanças no critério de autoidentificação dos censos. Nos levantamentos mais antigos, a auto-atribuição era aleatória."Isso pode ser explicado não só pelo aspecto demográfico, mas também pela mudança na autoidentificação de um contingente de pessoas que nos censos anteriores provavelmente se declaravam como pardos", afirma o texto do documento.

De acordo com o estudo, a maior parte da população indígena do país está na Região Norte, embora tenha caído quase pela metade nos anos pesquisados. Vivem na região cerca de 29,1% do total. Em 1991, eram 42,4%. Em um movimento contrário, cresceu o contingente indígena do Sudeste, onde subiu de 30,5 mil para 156 mil os indivíduos que se identificam como índios. No Nordeste, o contingente também aumentou, passando de 55 mil para 166 mil.

Segundo o levantamento do IBGE, a escolarização indígena, embora ainda muito baixa, também avançou nos anos pesquisados. Entre os dois censos, a média de estudo entre os indivíduos com mais de 10 anos de idade passou de 2 para 3,9 anos.

O estudo aponta ainda que, na população em geral, o aumento da instrução feminina vem contribuindo para a redução do número de filhos. Até 1960, a taxa de fecundidade total (TFT) era levemente superior a seis filhos por mulher, caindo para 5,8 filhos na década de 70, puxada pelo Sudeste.

No Sul e Centro-Oeste do país, o início da transição da fecundidade ocorreu a partir do início da década de 70, enquanto no Norte e Nordeste, apenas no início da década de 80. "O declínio manteve-se nas décadas seguintes, chegando à estimativa de 1,99 filho em 2006 - uma queda vertiginosa em 30 anos em relação a países desenvolvidos, que demoraram mais de um século para atingir patamares similares", informou a pesquisa.

Com informações do Valor Econômico

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