quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Indígenas Guarani Kaiowá sairão de fazenda em MS nas próximas 48 horas


As famílias Guarani Kaiowá que ocupam a fazenda Santo Antonio de Nova Esperança, em Rio Brilhante, Mato Grosso do Sul, devem permanecer na área por mais dois dias. Uma oficial da Justiça Federal em Dourados e pelo menos 30 policiais federais chefiados por um delegado de Campo Grande foram ao local na manhã desta quarta-feira para fazer a desocupação da fazenda, cumprindo determinação do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região. Entretanto, o despejo não vai acontecer hoje.

A liderança Guarani Kaiowá Nilde Almeida disse que as famílias precisam de um prazo de 48 horas para transferir o acampamento para as margens da BR-163. “Temos muitas crianças e velhos aqui. Também temos nossas coisas, nossa criação. Não podemos deixar tudo para trás. Precisamos desse prazo para levar tudo para a beira da estrada”, afirmou Nilde.

As lideranças indígenas locais fizeram um acordo com o delegado da Polícia Federal para permitir que comunidade possa preparar a mudança nos próximo dois dias. Um caminhão da Funai está no local e já começou a ser carregado com pertences dos 130 indígenas que estão na fazenda desde fevereiro de 2008. Os Guarani Kaiowá defendem a permanência na região e aguardam os estudos antropológicos da Funai que devem confirmar a região como Terra Indígena.

As famílias irão agora permanecer acampados às margens da BR-163 à espera da demarcação da área.“Nossas crianças estão estudando em Rio Brilhante. Não podemos sair daqui, senão elas vão perder o ano. Vamos ficar e esperar pela terra” disse ainda Nilde Almeida.

A Funai e o MPF (Ministério Público Federal) definem os últimos detalhes para iniciar os estudos antropológicos para identificação de áreas indígenas em 26 municípios de Mato Grosso do Sul. Os efeitos das portarias publicadas em setembro do ano passado após a assinatura de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) chegaram a ser suspensos pelo desembargador Luiz Stephanini, do TRF, no dia 22 de julho. Entretanto, a Funai e o MPF recorreram e conseguiram derrubar a liminar.


Com informações da ARPIPAN e CG News

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