terça-feira, 27 de outubro de 2009

Kayapós preparam protesto contra barragem no Xingu

Lideranças indígenas Kayapó de pelo menos quatro áreas estão se dirigindo para o norte de Mato Grosso para protestar contra a construção da usina de Belo Monte, planejada para ser erguida no Rio Xingu, no Pará. Segundo o líder indígena Megaron Txucarramae, pelo menos 150 pessoas estarão reunidas a partir do dia 28 de outubro no cruzamento entre a rodovia MT 322 e o Xingu, na aldeia Piaraçu, na terra indígena Kapot/Jarinã.

Os indígenas pretendem exigir a presença de representantes do Ibama, Funai e Ministério de Minas e Energia. “Se até o governo não atender a gente até o dia quatro, vamos paralisar a balsa, e ninguém vai atravessar”, diz Megaron. O Povo Kayapó está especialmente aborrecido com as declarações do ministro Edison Lobão. O chefe da pasta de Minas e Energia disse, no final de setembro, que via "forças demoníacas" impedindo a realização de usinas hidrelétricas de grande porte no país. “Essa palavra é muito feia. Foi uma ofensa para nós e para quem defende a natureza”, comenta.

Os primeiros estudos para a construção de uma hidrelétrica no Rio Xingu são de 1980. Na última concepção do projeto, foi planejada uma barragem e canais que desviam parte leito do rio e levam a água para uma casa de força. Por conta disso, um pedaço do curso d’água de cerca de 100 km ficará mais seco.

A obra prevê a capacidade de geração de 4.719 MW no período seco e 11.181 MW com a usina operando em plena capacidade. Para se ter uma ideia, a usina de Itaipu – a maior do Brasil – tem capacidade para gerar 14 mil MW. Os reservatórios, incluindo os canais, ocuparão uma área de 516 km², o equivalente a um terço do município de São Paulo.

O projeto, cujo leilão está previsto para dezembro, é o maior empreendimento de produção de energia elétrica do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e por isto, tem sido defendido como prioridade pelo Governo Federal.

A iniciativa, no entanto, tem sofrido duras críticas de ambientalistas. No último dia 13, um grupo de 40 cientistas publicou um documento questionando a viabilidade da obra (clique aqui e leia mais). Procurado pela imprensa, o Ministério de Minas e Energia se recusou a emitir posicionamento sobre a real necessidade de construção da hidrelétrica.

Um comentário:

  1. as usinas causam grande impacto ao meio ambiente , o que mais se precisa para ter certeza que os phc fazem mal para os rios ?

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