Membros da Coordenação Executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) se reuniram no último dia 13 de setembro com o representante da ouvidoria da FUNAI, Paulo Pankararu. Marcos Sabaru, representante dos indígenas da região nordeste (APOINME) e Elizeu Lopes, indicado pela ATY GUASSU (Grande Assembléia Guarani Kaiowá), apresentaram questionamentos à respeito dos critérios utilizados pelo Ministério da Integração Nacional para escolha dos Povos Indígenas que serão compensados pelos impactos da transposição do Rio São Francisco.
A APIB quer saber por que apenas quatro povos - Truká, Tumbalalá, Pipipã e Kambiwá - foram os contemplados com ações de mitigação e compensação em decorrência dos impactos da obra. Marcos Sabaru afirmou que os povos que vivem na região abaixo do canal oeste do São Francisco também sofrerão diretamente com as conseqüências da transposição. A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME) defende que os povos Tuxá, Kariri Xocó, Aconã, Xocó da Ilha de S. Pedro e Pankararu, entre outros, estejam entre os compensados.
Sabaru pediu que a FUNAI tome providências para reverter a decisão do ministério, que não leva em consideração a realidade da região. Os representantes da APIB sugeriram uma reunião de trabalho envolvendo o movimento indígena, o Ministério da Integração Nacional e a FUNAI para discutir a questão e se chegar a um consenso que, dentro do possível, possa ao menos minimizar de alguma forma as trágicas conseqüências da obra. Paulo Pankararu se dispôs a levar a demanda das lideranças à presidência da FUNAI. A APIB aguarda uma resposta nos próximos dias.
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