terça-feira, 27 de outubro de 2009

Especialistas questionam projeto de hidrelétrica no Rio Xingu

Usina de Belo Monte ficará no PA e será uma das maiores do país. Grupo de cientistas mostra

Um grupo de 40 especialistas protocolou no Ibama um documento questionando os estudos e a viabilidade da usina hidrelétrica de Belo Monte, que pode ser construída no Rio Xingu, no Pará. O empreendimento está previsto para ser oferecido em leilão em novembro. No parecer, estudiosos classificam a possível hidrelétrica como “uma intervenção de obras civis sobre um monumento da biodiversidade”, e avaliam que a movimentação de terras para a construção da obra seria equivalente às escavações do Canal do Panamá, com 200 milhões de m³ de terra e pedras remexidas.

A maior preocupação dos especialistas são os impactos sobre plantas, animais e populações indígenas que habitam um trecho do rio conhecido como Volta Grande do Xingu, onde se pretende construir a usina. Os acadêmicos também afirmam que há falhas no estudo de impactos ambientais da obra, onde haveria exageros na previsão de geração de energia e ao mesmo tempo números inferiores à realidade em relação ao impacto às populações vizinhas.

Para gerar energia será represada a maior parte do Rio Xingu no trecho Volta Grande. Canais levarão a água até uma casa de máquinas, enquanto uma porção do rio ficará com o fluxo de água reduzido.

O estudo, protocolado no Ibama em 1º de outubro e divulgado na segunda-feira, dia 12, foi realizado por pesquisadores voluntários de diversas instituições de pesquisa brasileiras, como o Inpa (instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), a Universidade Federal do Pará e o Museu Paraense Emílio Goeldi. Grandes ONGs brasileiras, como o Instituto Sócio Ambiental (ISA) e o WWF também apoiaram a confecção do documento.


Com informações da Globo Amazônia

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