A data da publicação será marcada por mobilizações e ocupações em toda a região sul
A
Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul – Arpin Sul realiza
durante todo o dia de hoje uma série de mobilizações juntamente com as
comunidades indígenas do sul do país, pela revogação da Portaria 303. A
inconstitucionalidade e a falta de autonomia para as comunidades
indígenas são características em torno da Portaria. Os direitos
fundamentais já garantidos anteriormente para os povos indígenas estão
novamente em discussão, justamente, pela Advocacia-Geral da União (AGU),
restringir, por exemplo, o direito de uso dos índios sobre as terras
já demarcadas, além de outras situações como, a realização de obras em
terras indígenas sem a consulta aos próprios povos.
O
primeiro local a se mobilizar para chamar a atenção da sociedade
brasileira é Cacique Doble, no Rio Grande do Sul. Aproximadamente 300
indígenas da etnia Kaingang, ocupam neste momento a RS-343 com o
intuito de mobilizar a sociedade brasileira e chamar a atenção da mídia
para a falta de interesse e respeito civil do Governo Federal para os
indígenas.
A
própria Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, é
clara ao dizer que as terras indígenas são áreas de usufruto exclusivo
dos povos indígenas, ou seja, a compreensão e entendimento é objetiva e
óbvia, não devendo haver outras formas de uso por terceiros.
Contudo,
embora se saiba desta situação, o próprio ministro-chefe da AGU, Luis
Inácio Adams, ressaltou que “não vai rever” a portaria 303, publicada
exatamente há dois meses, em 17 de Julho. Desta forma tanto a autonomia e
a própria sustentabilidade dos povos indígenas do Brasil são retiradas
de forma arbitrária à própria Constituição do Estado.
Atualmente
os próprios projetos governamentais financiados por grandes
corporações, muitos deles impactam diretamente as comunidades
indígenas, sendo que os empresários não consultam os povos e não tem
conhecimento sobre o quanto este tipo de atividade impede a evolução
natural das comunidades em relação a sua cultura, que parte
originalmente da terra. Toda essa situação já havia sido exposta em
junho deste ano, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social – BNDES, um dos principais financiadores destes projetos.
Perspectivas – As
comunidades indígenas da região de Cacique Doble não pretendem
desocupar a RS-343 enquanto um posicionamento favorável possa ser feito à
todos os povos indígenas do Brasil. Além
deles, em outro locais de toda a região Sul haverá outras mobilizações
e ocupações para que as comunidades não sejam prejudicadas novamente
pelo desacato dos órgão brasileiros que impedem o desenvolvimento
ético, educacional e cultural dos povos indígenas.
Mobilizações e ocupações – Neste ano a Arpin Sul já desenvolveu algumas atividades e em todas as elas os resultados foram positivos, como a ocupação
no Ministério da Saúde, em favor da melhoria da saúde indígena da
região sul, do qual resultou no destaque no site de informações do Reino
Unido, a BBC e a ocupação do BNDES, durante a Rio+20, onde houve o
comprometimento do órgão em desenvolver ações a favor das comunidades.
ASCOM Arpin Sul- Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul.
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