O Movimento Indígena decidiu romper relações com o Governo Federal. Indignados com o descaso e paralisia demonstrados pelo governo Dilma Rousseff diante dos graves problemas enfrentados pelos mais de 230 povos em todo país, os representantes do Movimento Indígena decidiram suspender a participação na Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) até que eles sejam recebidos pela presidente e ministros.
Como forma de protesto por causa da omissão do Poder Executivo frente ao caos na saúde indígena, a criminalização e violência contra lideranças, demora na demarcação de terras, construção grandes empreendimentos em terras indígenas sem consulta prévia e informada (Belo Monte, Transposição do São Francisco, PCHs) e demais questões de igual gravidade; a Bancada Indígena na Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) se retirou na manhã desta quinta feira, dia 16, da 17ª reunião ordinária do grupo. A CNPI é a principal responsável por organizar a atuação dos diversos órgãos federais que trabalham com os povos indígenas e reúne representantes das organizações regionais indígenas, membros do governo e de organizações indigenistas.
As lideranças querem uma agenda de trabalho e compromissos concretos em relação às demandas apresentadas ao governo e encaminhadas à presidente durante a realização do Acampamento Terra Livre, principal mobilização indígena que, anualmente, ocupa a Esplanada dos Ministérios, e este ano aconteceu entre os dias 2 e 5 de maio. Até o momento, a presidente Dilma já recebeu todos os movimentos sociais com exceção dos índios.
Clique aqui para conhecer as principais reivindicações do Movimento Indígena, reunidas no Documento Final do Acampamento Terra Livre 2011; ou acesse o site da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB): http://www.apib.org.br/
Entrevista Coletiva
Para discutir como fica a relação entre o Movimento Indígena e o governo e apresentar as principais reivindicações e perspectivas de seus povos, as lideranças que participam da CNPI em Brasília recebem a imprensa para entrevista coletiva às 15h00 desta quinta feira, dia 16 de junho, na sede da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). A APIB fica no SRTVS – Centro Empresarial Assis Chateaubriand, Q701, Conj. L, Bl. 01, Sala 723 – 7° Andar.
Informações:
Gustavo Macedo
Assessoria de Comunicação
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB
Fone: (61) 30435070 / (61) 81612500
skype: gustavo.rodrigues.macedo
site: www.apib.org.br
facebook: APIB Brasil
Uma luz no fim do túnel.
ResponderExcluirForte abraço.
Quando fomos ao Acampamento Terra Livre deste ano de 2012, nós indígenas da Aldeia Maracanã acreditávamos que lá poderíamos conversar com nossos parentes.
ResponderExcluirCom aqueles que levam a causa indígena, descolado dos interesses dos governos, dos capitalistas, daqueles que querem nos destruir, porque nossa luta vai completamente
contra os interesses de lucro desta gente.
Não pensávamos que a realidade continua sendo dura, já que toda luta é luta, mas nem tanto...dependendo das articulações que cada entidade faça. Com quem consegue subsídio
para encaminhar a SUA luta. É o velho caso do "farinha pouca, meu pirão primeiro..."
Agora entendo que o silêncio de muitos, principalmente os ligados à s entidades : APIB, COICA, CAOI, CICA CCNAGUA, que em seis anos de ocupação no prédio do Antigo Museu do Índio, vocês NUNCA se colocaram em defesa de nossa luta!
No Acampamento Terra Livre, nosso cacique Carlos Tukano leu nosso documento, em defesa da Aldeia Maracanã, para que ele fizesse parte do documento do encontro, até o microfone foi arrancado das mãos dele, e só voltou porque o plenário se manifestou.
Voltei várias vezes a falar com o relator que me disse que aguardássemos que todas as propostas seriam colocadas no documento.
Inclusive o Amarildo Tukano, chefe de governo em São Gabriel das Cachoeira esteve conosco ajudando-nos a elaborar este documento, mas agora, com o documento em mãos na internet, fui surpreendida com a constatação de não constar nem uma linha sobre a Aldeia Maracanã.
Como é isto? CENSURA????? Quer dizer que as práticas dos governos reacionários que calam nossas bocas, também estão presentes em espaços onde nós lutamos pela igualdade de direitos?????
Por mais que eu tente, não vou conseguir digerir isto não!
Como já disse anteriormente, é a APIB, COICA, CAOI, CICA CCNAGUA, que eu quero cobrar o DESAPARECIMENTO das propostas que fizemos com relação à ALDEIA MARACANÃ do documento final.
Sabe por que? Porque vocês podem não concordar com nossa luta, é um direito de vocês! Mas não podem promover ações que ajudem a um governo nazista como o do Sérgio Cabral (PMDB), de se fortalecer diante de nós. Porque vocês sabem muito bem, que causas isoladas fragilizam quem luta. Não estamos isolados, mas um espaço como o Acampamento Terra Livre seria fundamental no fortalecimento de nossa luta e vocês nos negaram isto. Vocês manipularam o relatório final e nos deixaram de fora!!!!!!!!!
O que a organização do evento fez, foi imperdoável, e este tipo de prática não ajuda no avanço das lutas indígenas, na união dos povos, no estreitamento de laços das diversas lutas que acontecem no território nacional e na América Latina.
Sei que alguns desta lista não merecem escutar isto, mas para quem merece, só tenho mais uma coisa a dizer: discussão sem ação, não adianta de nada! Ações isoladas também não.