quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cimi denuncia Brasil à ONU e pede intervenção

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) denunciou o Brasil à Organização das Nações Unidas (ONU), pedindo sua intervenção junto ao governo para solucionar os conflitos com os povos indígenas. De acordo com a entidade religiosa, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em condições precárias de vida, entre 2003 e 2010 morreram 250 índios guarani kaiowá no Mato Grosso do Sul e outros 300 indígenas no Vale do Javari, no Amazonas.

A denúncia e o pedido de intervenção foram feitos esta semana, em uma reunião de entidades sociais com a subsecretária-geral para Asssuntos Humanitários da ONU, Valerie Amos. De acordo com o Cimi, o encontro foi realizado na sede do Itamaraty no Rio de Janeiro.

- Decidimos denunciar o Brasil às Nações Unidas porque já levamos ao conhecimento do órgãos federais as constantes violações de direitos humanos no Vale do Javari e no Mato Grosso do Sul, mas nada foi feito- disse o representante do Cimi no encontro, Adelar Cupsinski.

No Vale do Javari, segundo a entidade, 8% da população indígena foi morta por doenças controláveis, como os diversos tipos de hepatite e a diarreia infantil.

- Há um genocídio silencioso no Vale do Javari. São 300 mortes por doenças como a hepatite, uma situação que o governo brasileiro conhece desde os anos 80 - denunciou Cupsinski.

Ele afirmou ainda que as denúncias sobre as condições de vida dos guarani kaiowá já foram levadas à Organização dos Estados Americanos (OEA):

- Na OEA, o Brasil já apresentou contestação, e o processo está em análise. No Mato Grosso do Sul, há uma situação de confinamento dos povos indígenas em pequenas reservas.


Fonte: O Globo

Nenhum comentário:

Postar um comentário